segunda-feira, 30 de abril de 2012

Relíquia


A literatura de ficção que envolve o fantástico e o sobrenatural é pouco explorado por autores nacionais. Por isso achei tão interessante que esta obra permeie o sobrenatural falando sobre maldições antigas para desvendar histórias mitológicas.

Nicholas e Andréia estão a frente de um instituto que busca desvendar o grande mistério acerca de Aldheron. Andréia é uma personagem dúbia. Desde o começo, não consegui ter certeza de suas reais intenções ou ter convicção de sua sinceridade. Nick e sua filha Jennifer são personagens cativantes. A história se desenvolve naturalmente e a leitura flui.
A narração mistura elementos no presente, da equipe de egiptólogos e as escavações, e também do passado sobre as lendas como se estivessem acontecendo. Fiquei esperando um momento em que fossem se encontrar. Lembrou um pouco como Kate Mosse escreveu "Labirinto".
Outro ponto que achei muito bem elaborado é com respeito às armadilhas no Templo. Ficou um pouco um clima de que alguém na equipe teria outros interesses (ou ambições) e iria trair o resto do grupo. Suspeitei fortemente de Andréia em boa parte do livro, mas não tirei nenhuma conclusão. Outro que não passou confiança foi o especialista em armadilhas. Ele não conseguiu identificar e desarmar preventivamente nenhuma. Parecia que o até a inexperiente Jennifer conhecia mais sobre armadilhas do que ele.
Na verdade, o autor domina tão bem o tema que teria espaço para pelo menos mais umas 200 páginas para desvendar todos os mistérios do templo, já que não explora toda a mitologia e todos os corredores (sim, eles encontram um templo). Muitas perguntas continuam sem resposta. E olha que esse livro não é fininho.
Ainda no final, o autor anuncia o próximo volume em torno de outro mistério, por isso a sensação que as perguntas continuarão sem respostas. Fiquei curiosa. Espero que chegue logo.

Não sou especialista em letras ou literatura, mas gosto de ler obras bem escritas. Aceito quando se usa neologismos e linguagem de internet, por exemplo, no texto falado. Mas durante a narrativa, não dá pra aceitar como "licença poética" algumas expressões que fogem à norma culta. Não sei se por ignorância (falha de revisão) ou proposital, o livro faz uso abusivo de alguns termos que não existem. Acredito que este seja o único ponto fraco do livro.
Este livro foi cortesia do autor Gustavo Drago ao grupo Livro Viajante. Gustavo, obrigada por disponibilizar e parabéns pela obra.

Um comentário:

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